O dólar abriu em queda na terça-feira (2) após o Banco Central anunciar que fará uma intervenção no mercado de câmbio, em um leilão adicional de até 20 mil contratos de swap cambial, o equivalente a US$ 1 bilhão. Às 9h34 (de Brasília) a moeda era cotada a R$ 5,04. Na segunda-feira (1º) a moeda chegou a R$5,06, maior cotação em 5 meses.
Os contratos anunciados pela autoridade monetária equivalem à venda de dólares no mercado futuro, que funciona com a compra de um bem ou ativo com uma data de vencimento futura e por um valor pré-fixado.
Mas por que o dólar voltou a subir?
O motivo para mais uma alta do dólar foi a divulgação do índice de gerentes de compras (PMI) da indústria dos EUA. Depois de mais de 12 meses consecutivos de retração, o índice avançou, indo de de 47,8 pontos em fevereiro para 50,1. Agentes de mercado tinham expectativa de que o número aumentasse para 48,4 pontos.
Isso significa que a atividade industrial está forte e sinalizando avanço. O indicador é uma espécie de ‘raio-x’ da a resiliência da atividade econômica norte-americana. Por consequência, o otimismo pode atrasar o início do ciclo de corte da taxa de juros do país.
Com juros mais altos lá fora, a tendência é que investidores destinem seus recursos para os Estados Unidos. Com isso, deve haver menor fluxo de recursos para o Brasil, levando a uma valorização do dólar.
Banco Central pode intervir no valor do câmbio?
A intervenção no mercado de câmbio foi anunciada para tentar conter a valorização da moeda no país e esta é a primeira intervenção do BC no atual governo Lula. Em 2023, o BC não colocou dinheiro novo no mercado, apenas promoveu swaps cambiais e rolagem de linhas, que é é uma manobra de investimento utilizada por traders e investidores para estender suas posições em opções existentes.
Os contratos de swap cambial, o Banco Central realiza uma operação que corresponde a uma venda de dólares no mercado futuro, assegurando que haja oferta para atender ao aumento da demanda pela moeda, que valoriza a moeda. O BC utiliza o mecanismo para frear volatilidades que são consideradas desproporcionais.
Por meio de nota, o BC informou que “o leilão adicional de swap cambial tradicional (tem em) vista à manutenção do funcionamento regular do mercado de câmbio, em face da demanda por instrumentos cambiais resultante dos efeitos do resgate de NTN-A3 (Nota do Tesouro Nacional, subsérie A3, que não tem sido negociado) em 15/4/2024.”
Fonte: SBT News