O Piauí ocupa o 3º lugar em número de empregadores que submeteram pessoas a condições análogas à de escravidão, segundo a Lista Suja do Trabalho Escravo do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), atualizada na quarta-feira (5). Com a adição de 12 novos nomes e um reincidente, o estado chegou a 20 patrões condenados pela prática, ficando atrás apenas de Minas Gerais (35) e Goiás (15).
A nova atualização inclui decisões das quais não cabem mais recurso de casos de trabalho escravo identificados pela Inspeção do Trabalho entre os anos de 2018 e 2022. No Piauí, entre 2019 e 2022, foram resgatados 172 trabalhadores de condições análogas à de escravidão.
Dentre os empregadores que submeteram esses trabalhadores a essas condições estão oito fazendas, três pedreiras, três propriedades de extração de carnaúba, uma oficina de fabricação de artefatos de couro, uma casa de farinha, uma construtora e uma cerâmica.
Os estabelecimentos estão localizados em 19 municípios piauienses, dois deles em Flores do Piauí. Os demais ficam em Parnaíba, Barras, Piracuruca, Batalha, Marcolândia, Cristino Castro, Castelo Do Piauí, São José Do Peixe, Itaueira, Jatobá Do Piauí, São João Da Serra, Antônio Almeida, Palmeira Do Piauí, Santa Cruz Do Piauí, Currais, Alvorada Do Gurguéia, Colônia Do Gurguéia e Patos Do Piauí.
A maioria dos empregadores que aparecem na lista são de zonas rurais. Segundo a Divisão de Fiscalização para a Erradicação do Trabalho Escravo (Detrae), essa é uma confirmação de que o campo lidera os casos de trabalho análogo à escravidão.
Existe um canal específico para denúncias de trabalho análogo à escravidão: é o Sistema Ipê, disponível pela internet. O denunciante não precisa se identificar, basta acessar o sistema e inserir o maior número possível de informações.
A ideia é que a fiscalização possa, a partir dessas informações do denunciante, analisar se o caso de fato configura trabalho análogo à escravidão e realizar as verificações in loco.
Fonte: g1 Piauí