O estado do Piauí registrou, em 2022, uma das maiores taxas de óbitos associados ao consumo de álcool no Brasil, de acordo com a publicação “Álcool e a Saúde dos Brasileiros”, divulgada pelo Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (CISA). Com 38,9 mortes por 100 mil habitantes, Piauí ocupa o terceiro lugar no ranking nacional e a primeira posição na região Nordeste, superando a média nacional de 33 mortes por 100 mil habitantes.
Os dados revelam que o impacto do álcool na saúde pública do estado é crítico. Em 2022, foram contabilizados 1.282 óbitos atribuíveis ao álcool no Piauí, sendo que 78% das vítimas eram homens e 22% mulheres. As faixas etárias mais afetadas foram as pessoas com 55 anos ou mais, representando 47% dos casos, seguidas pela faixa entre 35 e 54 anos, que registrou 35% das mortes.
As principais causas de óbito no estado relacionadas ao álcool incluem doenças alcoólicas do fígado (20%), transtornos mentais e comportamentais devido ao uso de álcool (15%) e agressões por meio de disparo de arma de fogo (7%).
Idosos são os mais afetados pelo álcool no Brasil
Em 2023, o Brasil registrou uma redução na taxa de internações completamente atribuíveis ao álcool, caindo de 57 internações por 100 mil habitantes em 2010 para 27 por 100 mil habitantes. Contudo, essa queda nas internações não reflete uma melhora total no quadro de saúde pública, já que a gravidade dos casos internados aumentou. A taxa de mortalidade entre pacientes hospitalizados por problemas relacionados ao álcool subiu de 3% em 2010 para 6% em 2023, indicando que muitas pessoas chegam ao hospital em estágios mais avançados de doenças.
Os homens entre 35 e 54 anos continuam a ser os mais afetados pelas internações relacionadas ao consumo de álcool. A faixa etária de 55 anos ou mais também merece atenção, pois apresentou um expressivo aumento, passando de 22% das internações em 2010 para 35% em 2023.
Freepik
Idosos são os mais afetados pelo álcool no Brasil
Entre os óbitos relacionados ao álcool, o Brasil registrou 33 mortes por 100 mil habitantes em 2022, uma ligeira redução em relação aos 36,7 por 100 mil habitantes em 2010. No entanto, a pandemia de Covid-19 interrompeu uma tendência de queda que vinha sendo observada desde 2010. Entre 2010 e 2019, as mortes atribuídas ao álcool caíram continuamente, com o menor índice sendo registrado em 2019. A partir de 2020, porém, a situação se inverteu, com um aumento gradual até 2022.
Enquanto os óbitos entre os jovens diminuíram, a população acima de 55 anos viu um aumento considerável, passando de 42,6% dos óbitos relacionados ao álcool em 2010 para 55,5% em 2022, sendo esse grupo mais afetado pelo consumo de álcool no Brasil.
Fonte: Portal O Dia