Uma operação realizou o resgate de 39 trabalhadores piauienses que estavam em situação análoga a escravidão em atividades de colheita da palha de carnaúba e também em pedreiras em seis municípios piauienses. Neste ano já foram resgatados 52 trabalhadores.
O resgate foi realizado por uma equipe do Grupo Móvel, que reúne representantes do Ministério Público do Trabalho (MPT), auditores fiscais do Trabalho, Polícia Federal, Defensoria Pública da União, Ministério Público Federal e ainda Polícia Rodoviária Federal.
A operação iniciou dia 16 de agosto e se encerra nesta quarta-feira (24). O MPT informou que o resgate aconteceu em seis locais nos municípios de Campo Maior, Buriti dos Lopes, Castelo do Piauí, Batalha, Anísio de Abreu e Flores do Piauí.
Entre as irregularidades encontradas, a equipe do Grupo Móvel encontrou trabalhadores dormindo em no local sem proteção contra intempéries, em baixo de lonas ou árvores, sem instalações sanitárias, sem água potável e sem local adequado para estocagem e preparação de alimentos. Além disso, os trabalhadores não tinham carteira de trabalho assinadas.
A equipe ainda encontrou trabalhadores em situação de risco em duas pedreiras, com o uso de pólvora para detonação. “A pólvora era adquirida pelos trabalhadores e guardada em uma caixa ou sacola no barraco onde dormiam. A pólvora era comprada em supermercado (pólvora preta). Compravam de unidade, uns 4 ou 5 cartuchos. Detonavam a pólvora utilizando uma bateria. Se posicionavam há uma distância de uns 20 metros na hora da detonação”, segundo relatório do grupo.
O MPT disse que os empregadores já foram identificados e comunicados que devem pagar verbas rescisórias aos trabalhadores, mas um deles decidiu não realizar o acordo e por isso órgão vai ingressar com uma ação judicial.
Neste ano já foram resgatados 52 trabalhadores em situação análoga a de escravidão no Piauí, somente em 2022. Em julho, foram resgatados três trabalhadores em Cristino Castro, na Operação Resgate II. No mesmo mês, outros dez trabalhadores já haviam sido resgatados em Palmeira do Piauí e Currais, atuando na catação de raízes.
Fonte: Cidade Verde