No Piauí, um grupo significativo de mulheres tem desempenhado o papel de chefes de família. Dados do Cadastro Único (CadÚnico) revelam que 70,47% das famílias inscritas, têm mulheres como chefes do lar. Os números evidenciam não apenas a magnitude do desafio enfrentado por essas mulheres, mas também a importância de políticas de assistência social para garantir seu bem-estar e o de suas famílias.
No novo formato do programa federal Minha Casa, Minha Vida, será priorizado o acesso à habitação de interesse social às famílias que tenham a mulher como chefe do núcleo familiar. Existe, também, uma medida de proteção às mulheres a qual estabelece que os contratos e os registros efetivados no programa serão formalizados, preferencialmente, em nome da mulher e, na hipótese de esta ser a chefe de família, poderão ser firmados independentemente da outorga do cônjuge.
Francisca das Chagas, 39 anos, é mãe solo de três filhos e ilustra bem os números apresentados pelo CadÚnico. Chefe de família, em 2015 foi contemplada com um apartamento do Minha Casa Minha Vida e, recentemente, beneficiada pela portaria nº 1.248/2023 do Ministério das Cidades com a quitação do seu contrato de financiamento. “Ser mãe solteira e chefe de família é uma responsabilidade enorme. Ter a ajuda do governo com um programa tão importante como o Minha Casa Minha Vida foi essencial para nós. Hoje tenho um lar para chamar de meu”, comemora.
Moradora do Residencial Jacinta Andrade, Michela Veras, 49 anos, é também chefe de família e compartilha da rotina de afazeres domésticos, trabalho fora de casa, a criação dos filhos e agora atenção a uma netinha. “Hoje eu vejo se renovar o ciclo de ser mãe, empreendedora, chefe da casa e agora avó. O que a gente mais vê é a necessidade da mãe solo, mulher provedora do seu lar estar a todo momento tendo que se reafirmar. A todo momento a gente tem que estar falando que é capaz. É um desafio”, desabafa.
Para o diretor-presidente da Agência de Desenvolvimento Habitacional do Piauí (ADH), Carlos Edilson, ao incluir as mulheres como prioridade em programas habitacionais, o governo não está proporcionando apenas moradia digna, mas também promovendo a equidade de gênero e o empoderamento econômico dessas mulheres.
“É fundamental reconhecer o papel crucial que as mulheres chefes de família desempenham na sustentação de seus lares. Ao investir nelas, estamos investindo no futuro de suas famílias e na construção de uma sociedade mais justa e igualitária”, avalia.
Fonte: Portal A10+