A Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) cumpriu no início da manhã desta quarta-feira (08) um mandado de prisão preventiva contra o publicitário e apresentador de TV, Alcide Filho. Ele é suspeito de estupro contra um adolescente de 14 anos.
A prisão ocorreu no Centro da capital, na residência do investigado.
De acordo com a delegada Lucivânia Vidal, titular da DPCA a vítima morava desde 2020 na residência de Alcide Filho, onde também funciona uma produtora, e auxiliava o publicitário na edição de materiais audiovisuais. Os abusos teriam começado em 2021, no interior do imóvel.
A delegada informou que a família da vítima passava por problemas financeiros, e por isso o adolescente foi morar com o jornalista. Os estupros iniciaram em 2021, e não aguentando mais, ele pediu demissão e informou para a mãe sobre o que acontecia. Ela então denunciou o caso a DPCA em abril deste ano.
“O adolescente morava com ele, e a denúncia foi feita após ele sair do local. Ele cuidava do adolescente, porque a família dele tinha problemas financeiros e ele foi para lá, trabalhar na produtora, porque na pandemia, ele montou a produtora no apartamento. O adolescente então foi trabalhar lá”, explicou a delegada Lucivânia Vidal.
Nesta quarta-feira foi cumprido um mandado de prisão preventiva e também um de busca e apreensão no apartamento do apresentador, onde foram coletados vários objetos, como o celular do acusado. De acordo com a delegada, a família conseguiu apresentar várias provas.
“Não posso dar detalhes sobre as provas colhidas, mas todas as provas foram harmônicas. Haviam provas robustas, que geraram a prisão preventiva”, destacou.
Chegou a ser divulgado que a família não teria denunciado o caso, porque o apresentador cedia o cartão de crédito para ajudar a vítima, mas essa informação foi negada pela delegada.
“O acusado queria reverter a situação, a denúncia, então alegou várias coisas que não foram provadas. A vítima tinha acesso ao cartão de crédito para fazer compras para o acusado, porque eles moravam juntos”, explicou.
Foto: Renato Andrade/Cidadeverde.com
A delegada disse que o apresentador tinha um poder sobre o adolescente, e que não existem provas sobre outras vítimas.
“Não existiu na minha investigação outras vítimas. Não é que não há suspeita, mas pela minha experiência, pessoas que fazem abusos contra crianças, existe um modo operanti. Na investigação percebemos que ele tinha um poder sobre a vítima. A partir do momento que o adolescente foi trabalhar na produtora, dormindo lá, ele começou a exercer esse poder de controle, que às vezes o pai exerce sobre os filhos, com a disciplina. Com o passar do tempo ganha confiança e aí já tem uma certa má intenção, e diminuiu a resistência da vítima. Existem relatos que a vítima trabalhava de domingo a domingo, e aí já começou a diminuir, já que a vítima dependia financeiramente dele, a vítima estava na mão do acusado. Eles tinham uma relação de cuidado, não existe um parentesco. O acusado queria inclusive adotá-lo.”, disse Lucivânia Vidal.
Além do estupro, a DPCA também investiga se havia exploração do trabalho infantil, uma vez que, em depoimento, o adolescente informou que trabalhava de domingo a domingo na produtora de vídeo de Alcide Filho.
“O boletim de ocorrência foi registrado pela mãe do adolescente no final de abril. Foi aberto o inquerito policial, colhidos elementos que subsidiaram o pedido de prisão, existindo fortes indícios que demonstram a veracidade dos fatos alegados, inclusive depoimento de familiares do acusado”, informou o delegado Mateus Zanata, gerente de Polícia Especializada.
Imediatamente após a prisão, o apresentador foi encaminhado para audiência de custódia e está à disposição da Justiça.
Fonte: Cidade Verde