Com a promessa de dobrar o PIB (Produto Interno Bruto) do Piauí, a pedra fundamental para a construção de duas usinas de hidrogênio verde está sendo lançada na tarde desta sexta-feira (15), com a presença do vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, do governador Rafael Fonteles, do ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Wellington Dias, e do ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Carlos Fávaro.
Segundo o governo, as empresas Green Energy Park e Solatio vão investir cerca de R$ 200 bilhões ao longo de 10 anos. O megaprojeto prevê a geração de mais de 20 mil empregos diretos e indiretos para o Piauí em uma década. As duas empresas vão produzir mais de 20 GW de potência sem a emissão de gás carbônico na atmosfera. As obras das usinas devem iniciar no fim de 2024 e a primeira etapa está prevista para ser concluída em 2027, seguindo as etapas até 2035.
O presidente da Solatio Energia, Pedro Vaquer, disse que, a depender da liberação dos licenciamentos, a construção das primeiras usinas vai iniciar até o final do ano que vem, e que pelo menos até a metade de 2027, já vai ser possível tê-las em operação.
“Nós hoje estamos trabalhando para até, no máximo, setembro ou outubro, termos todas as licenças da primeira fase, que vai ocupar 100 ha e vai ter uma potência de 2 gigas de potência, tanto a fabricação de hidrogênio como amônia, e eu assumi ontem com o governador o compromisso que, tendo todo esse licenciamento em setembro ou outubro, antes do fim do ano que vem, no máximo até dezembro, iniciaremos as obras nessas primeiras 100 ha”, disse.
Imagem: Transmissão CCom
Ainda segundo o empresário, as usinas de hidrogênio verde e amônia deverão ter seus produtos mais voltados para o mercado externo, mas ele acredita que o Brasil também vai ser consumidor dos produtos gerados a partir das fontes de energia limpa.
“É possível que no início a produção seja mais destinada à Europa porque o continente europeu é mais necessitado desse produto, a causa da guerra da Ucrânia com Rússia, mas não tenho dúvida, sendo o Brasil um dos maiores produtores de agricultura e maiores importadores de fertilizantes, e sendo amônia a base do fertilizante, é evidente que todo este produto, a médio prazo, será 100% destinado ao Brasil”, citou.
Os dois empreendimentos ficarão na Zona de Processamento de Exportação (ZPE) do Piauí, em Parnaíba.
A proposta é construir um parque para a produção do “combustível do futuro” e abastecer o mercado europeu e brasileiro.
O vice-presidente chegou por volta das 15h e fez o descerramento da placa. Em seguida, ele inaugurou o Centro Internacional de Inovação de Hidrogênio Verde e fez o lançamento da pedra fundamental dos projetos.
Foto: Yala Sena / Cidadeverde.com
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Mais de 30 pesquisadores do mundo integram Centro
O Centro Internacional de Inovação de Hidrogênio Verde, inaugurado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin na ZPE contará com cerca de 30 pesquisadores de várias partes do mundo, sendo 15 pesquisadores do Piauí.
“O Centro vai fazer o acompanhamento dos projetos de Hidrogênio Verde, de promoção de pesquisa aplicada e inovação a cadeia do hidrogênio verde. É um dos primeiros centros no Brasil de fomento a inovação do hidrogênio verde com foco na geração de novos negócios, de startups, soluções inovadoras tecnológicas para as empresas”.
O Centro terá parceiros como universidades europeias, americanas, a Ufpi, Uespi, Ufpar, Ifpi.
“O PIB do Piauí é de 60 bilhões e a previsão que é irá dobrar. O projeto começa agora e a plena capacidade vai atingir em 2035. De 2024 a 2035 serão investidos R$ 200 bilhões”.
Cronograma
2024
- Elaboração do projeto de engenharia, os licenciamentos ambientais, preparar mão de obra e o início para organização da construção.
2025
- Contratação de 8 mil pessoas para trabalhar na primeira etapa das duas empresas
- Nos próximos anos, os dois projetos vão gerar 20 mil empregos diretos e indiretos.
- Fevereiro de 2027 a primeira inauguração.
Segundo o presidente da Investe, Victor Hugo, o projeto respeita o meio ambientes e tem impacto positivo social.
“Impacta não só a região de Parnaíba, mas todo uma cadeia de fornecedores”.
Fonte: Cidade Verde