
A família suspeita de trocar etiquetas de ferramentas elétricas para vender os aparelhos acima do preço foi presa após ofertar uma máquina para um delegado da Polícia Civil do Piauí, segundo a denúncia do Ministério Público do Piauí (MPPI) à Justiça do Piauí.
Dez membros da família (a maioria primos, irmãos e cônjuges) foram presos em flagrante no dia 28 de janeiro deste ano, em Teresina, e colocados em liberdade nesta semana, após terem conseguido decisão judicial que derrubou suas prisões preventivas.
A denúncia do MPPI foi feita no dia 21 deste mês. O documento cita que o delegado estava indo para casa de um amigo quando outro amigo o avisou sobre dois homens que estavam ofertando máquinas roçadeiras de uma determinada marca por um preço quase três vezes abaixo do de mercado.
O delegado suspeitou que as máquinas fossem de uma marca inferior e que os homens haviam colado a etiqueta da marca mais cara e, desta forma, acabavam vendendo os aparelhos por quase quatro vezes mais que seu real valor no mercado.
Ainda segundo a denúncia, o delegado avistou os homens e um deles chegou a oferecer uma máquina para ele, afirmando que havia recebido os aparelhos como pagamento de uma conta e estava vendendo para voltar para casa.
Em seguida, o delegado pediu para que o vendedor colocasse uma das máquinas para funcionar, o que teria assustado o homem e feito com que ele tentasse desistir da venda. Nesse momento, o delegado se identificou como policial e solicitou apoio para verificar a situação.
Logo depois, os policiais descobriram os demais membros da família, mais máquinas e outros elementos que, segundo a denúncia, comprovam as práticas criminosas, como, por exemplo, adesivos de uma marca mais barata descartados no lixo do hotel onde os suspeitos estavam hospedados.

Segundo a polícia, os familiares são de Paraná e Santa Catarina e viajam o Brasil praticando golpes. Antes de virem ao Piauí, os suspeitos estiveram em Pernambuco e na Bahia.
A denúncia afirma que foi constatado que cada um dos envolvidos desempenhava uma função específica dentro da organização criminosa, sendo que alguns eram responsáveis pela falsificação dos adesivos, enquanto outros abordavam e ofertavam os produtos fraudulentos às vítimas.
Havia ainda outros que recolhiam os valores e um deles que liderava o grupo. Procurado pelo g1, o advogado Paulo Borges afirmou que a libertação da família foi o “início da justiça sendo feita”.
“Agora a justiça abre prazo para apresentar a defesa, na qual demonstrará todo repertório probatório para combater essa denúncia inepta, e irá demonstrar as deficiências da investigação, procurando o melhor resultado cabível aos meus clientes”, declarou.
Fonte: g1 Piauí