O contato dos criminosos chega pelo correio ou por mensagens no celular. O golpista diz que é advogado e que consegue liberar o dinheiro do precatório, mas, para isso, a vítima precisa fazer um pagamento. Veja dicas para não cair em roubada.
Brasileiros que esperam há anos para receber o dinheiro de indenizações na Justiça estão sendo vítimas de um golpe. Criminosos usam o nome de advogados e cobram para, supostamente, liberar o pagamento. Uma dor de cabeça para profissionais sérios e um abalo financeiro e psicológico para quem caiu nessa farsa.
O Fantástico faz o alerta: estelionatários vêm se apresentando como advogados de ações de precatórios para aplicar golpes.
Precatórios são valores determinados por sentenças judiciais em processos contra municípios, estados ou a União, em decisões definitivas, quando não há mais possibilidade de recursos, em caso de vitória do cidadão. São processos longos, que podem levar anos e envolvem indenizações altas.
O contato dos criminosos chega pelo correio ou por mensagens de texto, áudio e vídeo enviados para o celular. O golpista diz que é advogado e que consegue liberar o dinheiro do precatório, mas, para isso, a vítima precisa fazer um pagamento.
Um aposentado gaúcho caiu na fraude e perdeu quase R$ 6 mil com a promessa de que receberia R$ 85 mil. O escritório da verdadeira advogada Sheila Feldman, que teve o nome usado pela quadrilha, tem mais de 5 mil clientes; 70 receberam mensagens dos golpistas.
“Eles usam o logo do escritório, o que induz efetivamente o cliente em erro. Em um dos documentos que são encaminhados ao cliente, aparece ali, o logo do poder judiciário, tudo direitinho. Com o número do processo”, destaca a Dra. Sheila.
O repórter Giovanni Grizotti telefonou para a falsa advogada, que usa o nome da verdadeira Sheila Feldman e se apresentou como irmão de uma das vítimas.
Repórter: Oi, doutora, tudo bem?
Golpista: Tudo ótimo.
Repórter: Sobre um depósito aí, em torno de uma indenização que ela tem a receber? Esses R$ 109 mil seriam liberados em quanto tempo?
Golpista: Esses valores já se encontram na conta jurídica do escritório.
A cordialidade acabou no momento em que perguntamos se ela fazia parte de uma fraude. Ela desligou a ligação.
A advogada Simone Penha, de São Paulo, também teve o nome usado pelos criminosos em cartas enviadas para vários estados. Ela chegou a ter as contas bloqueadas pela Justiça após ser processada por uma das vítimas do golpe.
“Um desgaste emocional tremendo. Uma angústia muito grande por saber que os meus dados estavam sendo usados para a prática de crime”, lamenta.
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Fonte: G1