O secretário estadual de Segurança Pública do Piauí, Chico Lucas, informou, nesta terça-feira (3), que dez cidades concentram 70% dos homicídios cometidos no estado. De acordo com o gestor, a informação tem como base dados apres”Vamos criar essas delegacias principalmente nos grandes centros. O foco do combate ao homicídio são esses municípios, principalmente a grande Teresina, Parnaíba e Piripiri”, declarou o gestor.entados na segunda-feira (2), primeiro dia da sua gestão.
O secretário afirmou que as ações em Piripiri terão início ainda nesta terça, com uma operação policial que visa combater o crescente número de homicídios. Dentre os últimos casos registrados está o de um adolescente de 14 anos junto com o pai, mortos a tiros na sexta-feira (30).
Segundo Chico Lucas, a onda de crimes se deve a uma disputa entre dois grupos criminosos.
“Vamos mandar tanto a Polícia Militar através de várias forças que estão sendo montadas para ir para a parte ostensiva, desde o BOPE, como a FEISP, como o GTAP, como também com o reforço da Polícia Civil para que a gente possa elucidar os crimes”, declarou.
Chegada de grupos criminosos à cidade
A polícia acredita que criminosos ligados a facções que atuam no litoral do Piauí estão migrando para outras cidades do Norte do estado, como Piripiri, e que os crimes que vêm acontecendo na cidade têm ligação a isso.
A situação levou a Polícia Civil a deflagrar uma operação policial no dia 14 de dezembro. Seis pessoas foram presas na ocasião.
Alta nas mortes violentas em 2022
O Piauí teve alta de quase 10% nas mortes violentas de janeiro a setembro de 2022, em relação ao mesmo período do ano passado. O dado é do Monitor da Violência, levantamento exclusivo do g1, e foi divulgado no dia 2 de dezembro.
Até então, o estado havia registrado 591 mortes violentas enquanto em 2021 foram 543 mortes. Proporcionalmente à população do estado, a alta foi a 3ª maior do país.
Em um cenário nacional e local, autoridades da segurança pública e estudiosos do tema destacam a atuação de facções criminosas como um dos fatores relevantes para os dados. Tanto na redução quanto no aumento de mortes violentas.
“Mercados criminosos equilibrados, com competidores que aprenderam a conviver entre si ou que descobriram formas de regulamentar a relação entre eles, tendem a reduzir o total de conflitos fatais”, explicou Bruno Paes Manso, do Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (USP).
Por outro lado, em estados como o Piauí, conforme avaliação do então secretário de segurança Pública do estado, Rubens Pereira, as facções ainda estão buscando dominar territórios, o que implica em uma “disparada” de assassinatos.
“Os homicídios derivam dessa disputa de organizações criminosas, então o foco é prender as lideranças, que mandam matar”, disse ele em maio de 2022, ao informar que o estado pretendia implantar uma força tarefa de combate a facções criminosas.
Fonte – G1