O senador eleito pelo Paraná Sergio Moro (União Brasil) afirmou nesta quarta-feira (7) que os deputados federais do PL Fernando Giacobo e Paulo Martins entraram com uma ação na Justiça Eleitoral para cassar o mandato do ex-juiz no Senado.
Em outubro, Moro apoiou a candidatura de Jair Bolsonaro – também do PL – à reeleição. Giacobo é o presidente da sigla no estado, e Paulo Martins disputou cadeira do Paraná no Senado, mas perdeu para Moro.
“Da minha parte, nada temo, pois sei da lisura das minhas eleições. Agora impressiona que há pessoas que podem ser tão baixas. O que não conseguem nas urnas, tentam no tapetão”, disse Moro nas redes sociais.
Ao g1, o Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) informou apenas que a ação tramita sob sigilo.
A reportagem entrou em contato com o deputado federal Giacobo, que disse, por meio da assessoria de imprensa, que não comentará o processo por conta do sigilo. O g1 também questionou o deputado federal Paulo Martins sobre a ação, mas não recebeu resposta.
Sergio Moro foi eleito senador com 1,9 milhão de votos, o equivalente a 33% dos votos válidos. A cadeira a ser assumida por ele é a ocupada pelo antigo padrinho político e atual senador Alvaro Dias (Podemos), que disputava a reeleição.
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Prestação de contas
A prestação das contas de campanha do ex-juiz da Lava Jato ainda não foi julgada pelo TRE-PR.
A área técnica da Corte emitiu diversos pareceres apontando inconsistências nas informações prestadas e recomentou a reprovação.
A defesa de Moro afirma que “as inconsistências são meramente burocráticas e não comprometem a regularidade e segurança das contas de campanha”.
Nesta terça-feira (6), foi aberto o prazo para a relatora Claudia Cristina Cristofani emitir parecer.
Segundo o tribunal, o prazo para a relatora emitir o parecer vai até 16 de dezembro. Na sequência, a Corte decide se acompanha ou não o voto dela.
A diplomação dos candidatos eleitos no Paraná está marcada para o dia 19 de dezembro. De acordo com o TRE-PR, a prestação de contas deve ser julgada até três dias antes.
Ex-ministro de Bolsonaro
Moro foi ministro da Justiça e Segurança de Bolsonaro, mas deixou o governo em abril de 2020 acusando o presidente de tentar interferir na Polícia Federal para proteger a família e aliados de investigações.
Após a saída, Moro fez ainda uma série de outras acusações contra Bolsonaro, antes de se reaproximar publicamente do presidente – o que aconteceu após o 1º turno da eleição deste ano (veja a linha do tempo).
Fonte – G1