- A Justiça de MS bloqueou R$ 300 mil das contas bancárias do prefeito de Ivinhema
- Juliano Barros Donato utilizou o dinheiro de rifa “beneficente” para comprar uma caminhonete
- Automóvel é avaliado em mais de R$ 500 mil
A Justiça de Mato Grosso do Sul bloqueou R$ 300 mil das contas bancárias do prefeito de Ivinhema, Juliano Barros Donato (DEM), e da primeira-dama da cidade, Samara da Silva e Donato, após utilizar o dinheiro de rifa “beneficente” para comprar uma caminhonete avaliada em mais de R$ 500 mil.
Segundo reportagem do portal G1, a decisão judicial foi dada após denúncia do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) que mostra o esquema utilizado por Juliano Ferro, como o prefeito é conhecido, para conseguir o dinheiro.
Ele alegava que as rifas tinham caráter beneficente, porém os lucros do esquema eram utilizados para enriquecimento pessoal. A denúncia do MP aponta que Juliano Ferro usou do dinheiro da rifa para “aumentar de forma significativa” os rendimentos próprios.
O MPMS detalhou na liminar que Juliano utilizava as redes sociais para promover rifas de veículos, “e, para turbinar o interesse das pessoas, tem argumentado que estaria auxiliando entidades assistenciais, já que parte (incerta/indefinida/imprecisa) dos lucros advindos do expediente ilegal (“rifa”), seria utilizado em benefício da entidade”.
Porém, mesmo com a alegação de estar ajudando entidades, o promotor Daniel do Nascimento Britto, que assina a liminar, descreve: “Muito embora seja louvável a atitude [de Juliano Ferro] em querer beneficiar entidades assistenciais do município [Ivinhema], certo é que o expediente utilizado é ilegal, já que sua prática implica em contravenção penal”.
O valor de cada número da rifa era R$ 30. O prêmio seria um Opala, que custa em torno de R$ 80 mil a R$ 100 mil. Na liminar do MPMS, foi informado que Juliano Ferro vendeu 10 mil números da rifa, o que gerou uma arrecadação de R$ 300 mil. Após a venda de todos os canhotos, Juliano Ferro, como é conhecido, comprou a caminhonete de luxo.
Diante disso, o MPMS viu que Juliano conseguiu aumentar a sua renda através da rifa, o que é ilegal: “Vê-se, portanto, que o primeiro Requerido [Juliano Ferro] conseguiu coma pratica ilegal, aumentar de forma significativa seus lucros, e, nessa medida, infringiu a ordem econômica, mesmo porque, não se sabe ao certo, qual será o valor efetivamente repassado para a entidade beneficiada”, disse.
Em nota ao portal G1, Juliano Ferro alega que não tinha “conhecimento que era um ato ilegal”. O prefeito agradeceu ao MPMS e ao judiciário de Ivinhema. Ele afirmou que iria sortear o Opala no sábado (19). O prefeito detalhou que fez “acordo” com a Justiça e que todo o lucro da primeira rifa será destinado para seis entidades. O repasse deve ser feito nesta segunda-feira.