Antes considerada ‘normal’, a pressão arterial acima ou igual a ’12 por 8′ agora é ‘elevada’. A decisão foi tomada no Congresso Europeu de Cardiologia. No Brasil, a doença afeta 50 milhões de brasileiros e apenas 30% deles conhecem seu diagnóstico.
Segundo as novas orientações propostas pelos especialistas, se os números forem abaixo de 120 por 70 milímetros de mercúrio (mmHg), o popular “12 por 7”, o valor é considerado “não elevado”.
O objetivo das novas diretrizes europeias é um controle mais rígido da pressão arterial, especialmente em pacientes com alto risco de doenças cardiovasculares. A ideia é que, ao reduzir o limiar para 120 por 70 mmHg, o tratamento possa começar mais cedo.
Confira as novas diretrizes:
Pressão arterial não elevada: abaixo de 120 por 70 milímetros de mercúrio (mmHg) – o popular “12 por 7”.
Pressão arterial elevada: entre 120 por 70 mmHg e 139 por 89 mmHg (de 12 por 7 a “quase” 14 por 9).
Hipertensão arterial: maior que 140 por 90 mmHg (acima de 14 por 9).
Apesar disso, a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), por exemplo, classifica a pressão arterial em seis categorias.
Classificação da SBC
Ótimo: abaixo de 120 por 80 mmHg
Normal: entre 120 por 80 e 129 por 84 mmHg
Pré-hipertensão: entre 130 por 85 e 139 por 89 mmHg
Hipertensão estágio 1: entre 140 por 90 e 159 por 99 mmHg
Estágio 2: entre 160 por 100 e 179 por 109 mmHg
Estágio 3: acima de 180 por 110 mmHg
Como saber a pressão ideal para você?
Apesar divulgação da nova diretriz europeia em agosto desse ano, o valor de diagnóstico de hipertensão continua sendo 14 por 9 ou 140 por 90 mmHG (14 por 9). É o que aponta o cardiologista Audes Feitosa, um dos autores da última diretriz de hipertensão arterial brasileira e porta-voz da Omron.
“No Brasil, a pressão ideal é abaixo de 12 por 8. A gente diz que ela está normal, de acima de 12, de 120 por 80 até 130 por 84; pré- hipertensão de 130 a 139 e a diastólica de 85 a 89”, explica.
Segundo o especialista, o risco começa a aumentar a partir de 115 por 75, mas não há indicação de tratar essas pressões. já que é um aumento muito “discreto”, segundo ele.
“Corre-se o risco de ter mais efeitos colaterais pelo uso da medicação, do que benefícios do medicamento”, explica.
O tratamento para pacientes de alto risco, como aqueles que já infartaram, é indicada a partir de 130 por 80 (13 por 8), de acordo com o especialista.
Como fazer para controlar a pressão?
Audes ressalta que é preciso adotar mudanças de vida, como dieta adequada: diminuir sal e aumentar o potássio na alimentação.
Além disso, prática regular de atividade física, manter o peso saudável, controlar o consumo de álcool “De preferência não beber álcool”, pontua, além de não fumar. Caso seja necessário, faça o uso de medicamentos e monitoramento dos índices de pressão.