O juiz da 6ª Zona Eleitoral do Piauí, Jorge Cley Martins Vieira, cassou os mandatos do prefeito de Barras, Edilson Sérvulo de Sousa, e da vice-prefeita Cynara Cristina Lages Veras, além de apoiadores, por abuso de poder econômico e compra de votos nas eleições de 2020. A decisão cabe recurso no Tribunal Regional Eleitoral.
O juiz declarou a inelegibilidade de todos os requeridos pelo prazo de oito anos, e aplicada multa de R$ 53.205 a cada um. O g1 tentou contato com os políticos, mas não conseguiu retorno até a publicação da reportagem.
Segundo a denúncia feita pelo promotor eleitoral Silas Sereno Lopes, do Ministério Público Eleitoral, interceptação telefônica e extração de dados de celulares confirmaram que durante as eleições o candidato a prefeito liderou uma organização destinada principalmente à captação ilícita de votos.
“As conversas interceptadas mostram os investigados negociando votos de diversas formas, seja por meio de ‘ajudinhas de R$ 50’ e depósitos de outros valores, promessas de entrega de sacos de cimento e medicamentos, compra de passagens e outras”, disse.
De acordo com o promotor, o candidato a prefeito contava com o apoio de pessoas próximas, principalmente de familiares, para operacionalização das negociações. Já alguns candidatos ao cargo de vereador, apoiadores do prefeito, atualmente eleitos ou suplentes, se serviam do dinheiro repassado para trabalhar pelo voto casado.
“O processo eleitoral no município de Barras foi maculado, irreversivelmente, pela utilização imprópria de recursos não contabilizados legalmente e pelo amplíssimo alcance das ilicitudes perpetradas por todos os envolvidos”, declarou o promotor Silas Sereno Lopes.
Além do prefeito e da vice, foram cassados também os mandatos dos vereadores Roberto Rene Lages Veras, Jovelina Furtado Castro, Antônio Leite Neto, Irlândio Sales dos Santos e José do Nascimento Cavalcante, declarando nulos os votos recebidos pelos impugnados.
Fonte: g1 Piauí