Estudante de Matemática foi indiciado também por fraude processual e vilipêndio à cadáver, por ter tido relação sexual com Janaína já morta.
A Polícia Civil, por meio do Núcleo de Feminicídios da DHPP, encerrou nesta segunda-feira (06) parte das investigações sobre a morte da estudante de Jornalismo da UFPI Janaína Bezerra. O inquérito constatou que Thiago Mayson da Silva Barbosa manteve relações sexuais com Janaína por duas vezes, antes e depois da morte.
A delegada Nathalia Figueiredo, responsável pela investigação, afirmou ainda que o acusado chegou a filmar a prática sexual, mas com a morte de Janaína consumada, Thiago Mayson tentou apagou as imagens do celular. Ele também gravou um vídeo da própria mão ensanguentada, como se fosse, segundo a polícia, “um troféu em relação à violência que ele cometeu”.
“O celular dele foi apreendido e conseguimos recuperar imagens registradas pelo autor tanto após a primeira violência sexual, entre a primeira e a segunda violência sexual, que ela ainda estava com vida mas visivelmente desnorteada. E o segundo registro com ela provavelmente já morta e com as partes íntimas muito ensanguentadas além de apresentava ejaculação nas pernas”, detalhou a delegada. Leia mais sobre o caso aqui.
Ainda segundo a delegada Nathalia Figueiredo, as imagens demonstram indiferença do autor após o crime. “Tinha um volume de sangue muito grande. O próprio laudo estabelece que a vítima foi submetida a intenso sofrimento físico e psicológico, por isso tem a qualificadora do meio cruel”, disse.
Sobre a possibilidade do crime ter sido premeditado, a delegada de Feminicídios destacou que não há como confirmar esta hipótese, mas acrescenta que, quando a violência foi iniciada, Thyago demonstrou indiferença pela vítima. “Não podemos dizer que houve premeditação ou não, mas, no momento que aconteceu, houve de fato a violência. Total indiferença do autor em relação à condição de saúde dela, ele simplesmente queria satisfazer o desejo sexual dele, pouco importava se no transcorrer dessa violência sexual a vítima viesse a óbito ou não”, contou.
(Foto: Assis Fernandes / O DIA)
O mestrando em Matemática foi indiciado pelos crimes de estupro, homicídio com duas qualificações – meio cruel e feminicídio – além de fraude processual e vilipêndio a cadáver. “A tipificação penal foi estupro, homicídio com duas qualificações – meio cruel e Feminicídio – também chegamos à conclusão de que teve fraude processual, por ele ter escondido provas, e também vilipêndio à cadáver”, disse a delegada.
O crime de fraude processual se deve ao fato dele ter escondido o preservativo num armário. “Ele fez uso de um preservativo, e guardou num armário. A perícia quando esteve no local conseguiu ter acesso, mas quando foi confrontado ele demonstrou que havia sido ‘pego na mentira’”.
De acordo com o laudo do Instituto de Medicina Legal (IML), a causa da morte de Janaína Bezerra aponta para trauma raquimedular por ação contundente, ou seja, houve uma contusão na coluna vertebral a nível cervical, o que causou lesão da medula espinhal e a morte. “A causa mortis dela foi causada por uma luxação cervical decorrente da prática da violência sexual, de acordo com a posição que foi realizada. A vítima tinha entre 1,40 m a 1,50 m e era magra. O autor tem um porte considerável, principalmente se a gente fizer uma relação dele com a vítima”, completou a delegada Nathalia Figueiredo.
Fonte: Portal O Dia